It's that time again
Atualizações finais em negrito
Começaram as cabines de imprensa do Festival do Rio 2009. Este ano, estou frequentando as sessões que consigo conciliar com a
Semana dos Realizadores - que também terá cobertura na Cinética. Por conta disso, tive que deixar
Bad Lieutenant, de Werner Herzog, para ser visto durante o Festival. Ainda assim, farei aqui o mesmo esquema do ano passado: até o fim do Festival eu volto com atualizações diárias, com breves comentários sobre os filmes vistos. Por questão de hábito, continuo com minhas cotações de 1/10, como faço no imdb e no meu Twitter. Espero que sirvam pra alguém. E, claro, críticas mais detidas poderão ser lidas nas atualizações diárias da
Cinética.
7/10 - Distrito 9 (District 9)
de Neill Blomkamp (2009, EUA/ Nova Zelândia)
Tem poucos momentos que me engajam realmente, mas é um filme muito mais consciente de seus joguetes com novas mídias do que
REC ou
Cloverfield.
6/10 - A Terceira Parte do Mundo (La troisième partie du monde)
de Eric Forestier (2008, França)
Uma instigante e nem sempre bem resolvida releitura fantástica de Vive l'amour, de Tsai Ming-liang.
5/10 - Salamandra
de Pablo Aguero (2008, Argentina/ França/ Alemanha)
O filme faz interessantes jogos de ponto-de-vista no começo - que rende, ao menos, um belíssimo plano - mas eles não resistem à sujeira e à sordidez.
8/10 - The Time That Remains
de Elia Suleiman (2009, Reino Unido/ França/ Itália/ Bélgica)
Um contraplano da história.
9/10 - White Material
de Claire Denis (2009, França)
Em breve, crítica minha na Cinética.
9/10 - Morrer Como Um Homem
de João Pedro Rodrigues (2009, Portugal/França)
Exibido na janela correta, sem cortar as cabeças dos atores, é provável que seja uma obra-prima. Tem, seguramente, o plano mais inesquecível de todo o festival.
3/10 - The White Ribbon (Das Weibe Band)
de Michael Haneke (2009, Áustria/ Alemanha/ França/ Itália)
Com crítica minha na Cinética.
9/10 - Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)
de Quentin Tarantino (2009, EUA)
Mais um grande filme de Quentin Tarantino.
2/10 - O Amor Segundo B. Schianberg
de Beto Brant (2009, Brasil)
Constrangedor.
7/10 - Tyson
de James Toback (2008, EUA)
Com crítica minha na Cinética.
6/10 - Porco Cego Quer Voar (Babi buta yang ingin terbang)
de Edwin (2009, Indonésia)
Mesmo ainda um tanto derivativo de Apichatpong Weerasethakul e Tsai Ming-liang, rendeu um alívio genuinamente instigante no meio do Festival.
7/10 - Ricky
de François Ozon (2009, França)
Um filme bonito, de triste leveza. Não vi todos os filmes de Ozon, mas Ricky é o favorito entre os que assisti.
6/10 - Katalin Varga
de Peter Strickland (2009, Romênia/ Reino Unido/ Hungria)
Com crítica minha na Cinética.
7/10 - Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans
de Werner Herzog (2009, EUA)
Propositalmente desequilibrado, e ainda assim um filme infinitamente mais forte do que O Sobrevivente.
6/10 - Politist, Adj.
de Corneliu Porumboiu (2009, Romênia)
Os problemas de Politist, Adj. estão no mesmo lugar de seus méritos: é um filme onde tudo se justifica conceitualmente. É difícil não admirar a coesão do projeto, o que não significa que ele seja sempre bem sucedido.
6/10 - Ainda a Caminhar (Aruitemo aruitemo)
de Hirozaku Kore-eda (2008, Japão)
Com crítica minha na Cinética.
6/10 - Queridinho da Mamãe (Momma's Man)
de Azazel Jacobs (2009, EUA)
O diretor lida com uma questão central fortíssima, mas nem sempre extrai dela sua maior potência.
7/10 - Tulpan
de Sergei Dvortsevoy (2008, Cazaquistão/Rússia)
Embora perca o rumo em alguns momentos, sempre que se encontra rende planos inesquecíveis.
8/10 - Vincere
de Marco Bellocchio (2009, Itália/França)
Logo mais, com crítica minha na Cinética.
7/1o - O Dia da Transa (Humpday)
de Lynn Shelton (2009, EUA)
Com crítica minha na Cinética.
7/10 - O Pai dos meus Filhos (Le pére de mes enfants)
de Mia Hansen-Love (2009, França)
A intimidade que Mia Hansen-Love promove entre suas personagens é admirável. Provavelmente ganharia nota maior se, não bastasse o final aberto, a diretora resistisse à tentação da mão pesada, e não colocasse "Que Será Será" na trilha-sonora.
7/10 - O Rei da Fuga (Le roi de l'évasion)
de Alain Guiraudie (2009, França)
Certamente bateria mais forte fora do clima festivalesco, mas Guiraudie fez mesmo um filme divertidíssimo.
3/10 - Marching Band
de Claude Miller (2009, França)
Uma pane no sistema de luz do Estação encerrou a projeção uns 5 minutos antes do final. Ainda assim, já dava pra perceber que toda a força cinematográfica extraída das fanfarras era prontamente anulada pelo recorte simplista das entrevistas.
4/10 - Hotel Atlântico
de Suzana Amaral (2009, Brasil)
O filme de Suzana Amaral impressionou bastante gente boa, mas não me pareceu muito acima do passável. Quando João Miguel entra em cena, Hotel Atlântico cresce bastante, mas não o suficiente para se fazer realmente memorável.
6/10 - Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo
de Karim Ainouz e Marcelo Gomes (2009, Brasil)
Assim como em
O Céu de Suely, o filme deixa de ser grande pelo excesso de zelo em levar suas opções às últimas consequências.
9/10 - As Praias de Agnès (Les plages d'Agnès)
de Agnès Varda (2008, França)
De uma falta de pudor desconcertante e linda.
6/10 - O Desinformante! (The Informant!)
de Steve Soderbergh (2009, EUA)
Soderbergh voltando ao terreno que melhor lhe cabe, mesmo não atingindo, aqui, resultados tão fortes quanto na série dos
11, 12, 13 Homens.
5/10 - Erótica Aventura (À L'aventure)
de Jean-Claude Brisseau (2009, França)
Embora me pareça um filme melhor que Os Anjos Exterminadores, vem pra provar que - com a consciência de todas as piadas que isso pode gerar - eu realmente me interesso muito pouco pelo cinema de Brisseau.
7/10 - Viagem aos Pirineus (Le voyage aux Pyrénnées)
de Jean-Marie e Arnaud Larrieu
Filme bastante divertido, que logo terá crítica minha publicada na Cinética.
7/10 - 24 City (Er shi si cheng ji)
de Jia Zhang-ke (2008, China/Hong Kong/ Japão)
É um filme bem interessante, embora me impressione mais que cada novo filme de Jia Zhang-ke me pareça um pouco mais fraco que o anterior.
8/10 - Singularidades de uma Rapariga Loura
de Manoel de Oliveira (2009, Portugal/França/Espanha)
Mais um belo filme de Manoel de Oliveira - desta vez, um conto moral - com um punhado de cenas feitas inesquecíveis por sua sempre peculiaríssima mise en scène.
1/10 O Clone Volta Pra Casa (Kurôn wa kokyô wo mezasu)
de Kanji Nakajima (2006, Japão)
As tentativas de imitar Apichatpong Weerasethakul rendem, no máximo, uma outra risada de constrangimento.
8/10 Barba Azul (Barbe Bleue)
de Catherine Breillat (2009, França)
Com algo de Rohmer, Catherine Breillat faz um lindo filme sobre a interação entre mitos e realidade, e especialmente a maneira como cada pessoa responde e confronta o universo da ficção.
O Mercado (Pazar - Bir ticaret masali)
de Ben Hopkins (2008, Alemanha/Turquia/Reino Unido/Casaquistão)
2/10 - Filme bastante fraco, bem desesperado para se fazer forte.
Tóquio! (Tokyo!)
de Michel Gondry, Leos Carax e Bong Joon-ho (2008, França/Japão/Alemanha/Coréia do Sul)
7/10 - Os três episódios têm momentos de bastante força, embora elas venham de lugares diferentes. Rende uma sessão bem interessante.
Jericó (Jerichow)
de Christian Petzold (Alemanha, 2008)
4/10 - O estranho suspense da primeira hora garante um interesse que se esvai por completo à medida em que o jogo do filme fica suficientemente claro.
Arranca-me a Vida (Arráncame la vida)
de Roberto Sneider (México, 2008)
1/10 - Romance histórico modorrento, como Hollywood já não faz há uns 20 anos. Dá pra imaginar uma versão Globo Filmes com Débora Duarte e Antônio Fagundes nos papéis principais.
35 Doses de Rum (35 rhums)
de Claire Denis (França, 2008)
8/10 - Refilmagem de Claire Denis para Pai e Filha, obra-prima de Yasujiro Ozu. Não é do nível de Beau Travail ou Trouble Every Day, mas cresce muito na segunda metade. Alex Descas continua uma das presenças mais assombrosas do cinema contemporâneo.