segunda-feira, novembro 24, 2008

Woody Adams

Existem poucas sensações tão agradáveis quanto começar um feriado um dia antes de todo mundo, sair de um belo filme do Woody Allen para a noite te receber com sua temperatura favorita, e caminhar para casa ouvindo uma nova canção deslumbrante do Ryan Adams nos fones de ouvido. E, embora os feriados sejam muitos, 21 graus não seja uma raridade nesses chuvosos tempos cariocas, e Woody Allen e Ryan Adams seguirem produzindo feito coelhos, há muito isso não acontecia. Meus gratos sentimentos, portanto, a Vicky Cristina Barcelona e "Crossed Out Names", por reconstruírem pontes desabadas com afetos antigos e saudosos.

terça-feira, novembro 18, 2008

Joinha,

ou,
Você pode tirar o menino dos Hermanos, mas você não tira os Hermanos...

E eu aqui, cada vez mais amarradão no disco de estréia do Little Joy, satisfeito de ver aquela pretensão de chapéu enfim se desmontar em um grupo de canções minúsculas e agradável... Até que chega "Evaporar", última e única canção em português do disco, e eu resolvo prestar atenção na letra. E é só eu começar a me envolver, e achar bonito aquele papo de "O rio fica lá /A água que correu", que o cara me puxa:

"Ah... deixar pra trás sais e minerais".

Sais e mineiras? Sais e minerais?

Que merda.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Top 5 (de 4) da semana

Em semana de coisas mornas no Curta Cinema, voltamos ao top 5 de 4.

Filmes

1- City Girl
de F.W. Murnau (EUA, 1930) – 10/10

Uma grande curiosidade sanada (City Girl é um dos filmes menos encontráveis de Murnau), e a forte impressão de ter visto não só um filme tão notável quanto Aurora, mas a sua própria cara-metade (e o pai de Dias de Paraíso, do Terrence Malick). City Girl parece uma resposta a todas as vistas nubladas que leram (mal) a obra de Murnau como um discurso conservador, afastando qualquer possibilidade de reduzir seu pensamento a uma mera variação do “paraíso perdido”, mostrando que sua predileção pela alegoria parte de um lugar muito anterior e mais complexo. Além disso, tem a performance de Charles Farrell que, mesmo em pantomima silenciosa, poderia servir como lição de economia interpretativa a 99% do cinema contemporâneo.

2- Tabu (Tabu: A Story of the South Seas)
de F.W. Murnau (EUA, 1931) – 9/10

Último filme de Murnau, nascido de uma frustrada parceria com Robert Flaherty – esse sim, o grande diretor do “paraíso perdido” – e que usa o interesse nativo do documentarista (no caso, a Polinésia Francesa) como princípio para a estória de amor mais dolorosa já filmada pelo realizador alemão. Ainda assim, dribla a fatalidade narrativa com injeções de humor e leveza, fazendo de Tabu um filme prazerosamente trágico de se assistir.

3- Tartufo (Herr Tartuff)

de F.W. Murnau (Alemanha, 1925) – 8/10

Se Fausto me pareceu desequilibrado entre a sobriedade extrema e os momentos de humor, Tartufo sobrevive inteiro por se entregar mais abertamente à comédia. É interessante como Murnau faz questão de movimentar até mesmo as estruturas de gênero tão antigo e bem definido, derrubando a comédia moral com um sorriso irônico ao final.

4- La Belle Personne
de Christophe Honoré (França, 2008) – 7/10

Com título traduzido na cópia como A Bela Junie¸ La Belle Personne é um filme feito por Christophe Honoré para a tv francesa, com ex-adolescentes atuando como pré-adolescentes. Extremamente desigual entre a chatice da idade e o talento do diretor, o telefilme vem reforçar que Honoré é tão mais interessante quanto mais derivativo e referencial. Quando tenta dar conta daquele universo tão múltiplo e móvel, o olhar de Honoré se mostra bastante redutor. Mas sempre que traz para o filme referências à música, à literatura ou ao próprio cinema, não resta dúvida que estamos diante de um dos grandes arquitetos de emoção do cinema contemporâneo.

Canções


Escalação marcada pela ida ao Planeta Terra (ê, piada pronta), com três shows de bandas com plena consciência de quais são as melhores canções que já escreveram. Entre o J&MC e o Spoon, ainda deu pra ver um pedacinho do Offspring – que já tinha visto duas vezes, em épocas melhores. Deu pra pegar umas 5 ou 6 músicas, feliz por, entre elas, estarem “All I Want”, “Come Out & Play” e “Staring At The Sun”. Enquanto caminhava pro palco em que o Spoon tocaria, ouvia a banda em fade out por “Walla Walla” e “Gone Away”, e lembrava de um texto que o Ben Weasel escreveu sobre um show do All-American Rejects, que terminava:

“I feel really old after that show,” she says, hands jammed in the pockets of her coat as she stamps her feet to try to stay warm. “Y’know?”

“Yeah,” I say, opening the door. “But it feels pretty good.”


1- Divine Hammer
Breeders (Last Splash, 1993)

Show quase idêntico ao visto no McCaren Pool Park, com uma essencial diferença: enquanto o som límpido de lá revelava todas as (muitas) fraquezas técnicas da banda, o bololô de boas frequências do Planeta Terra só fez ajudar. Ao vivo, o Breeders parece uma reunião de tias malucas on speed (só faltaram duas dúzias de sacolas penduradas nos dois braços de cada uma das irmãs Deal) com um cavalo tocando bateria, e cinco ou seis canções muito, muito boas. Quando o som embaralha as guitarras mal tocadas com aquele coral de chipmunks das Deals, essas melhores músicas ganham uma pressão realmente contagiante. “Divine Hammer” é uma das canções mais bonitas da década de 1990 e, ao contrário de “Driving On 9” (mutilada pelo “violino” de Kelley Deal, e a insistência de usar guitarras em uma canção que pede violões), ficou linda, linda, linda ao vivo.

10 - Divine Hammer

2- Black Like Me

Spoon (Ga Ga Ga Ga Ga, 2007)

Ga Ga Ga Ga Ga fica melhor a cada audição e, não fosse a ausência do naipe de metais presente em Nova York, o belíssimo show visto no Planeta Terra – sem dúvida, o melhor da noite – apagaria as boas lembranças daquele visto no Prospect Park, em Julho. Todo mundo sabia que “You Got Yr Cherry Bomb”, “Don’t Make Me A Target” e “The Underdog” seriam incríveis ao vivo, mas o que eu não imaginava é que sairia da Vila dos Galpões marcado por “Black Like Me” – balada que fecha o último disco da banda e que, como percebeu a Clarissa, parece uma cover bem humorada de alguma canção perdida do Oasis.

10-spoon-black_like_me

3- Sometimes Always

Jesus & Mary Chain (Stoned & Dethroned, 1994)

O Jesus & Mary Chain fez um show bonito e pra lá de digno, mas que, sem dúvida, teria funcionado melhor em um lugar fechado, onde as guitarras de Mr.Reid pudessem soar tão hipnóticas quanto em disco. Acabaram borrados na memória pela performance poderosa do Spoon, logo na sequência, no galpão que abrigava o palco Indie. Apesar do setlist muito bem escolhido, fica marcada a ausência mais do que esperada de “Sometimes Always”, dueto em dois acordes com Hope Sandoval (Mazzy Star), e minha canção favorita da banda.

the jesus and mary chain - stoned & dethroned - 03 - sometimes always

4- Nightswimming
R.E.M. (Automatic for the People, 1992)

Nunca fui um grande fã do R.E.M. Tenho ótimas lembranças do show de 2001, canções favoritas em diversos discos, mas apenas um álbum – Automatic for the People, claro – que acho realmente impecável. Decidi não vê-los nessa volta ao Brasil pelo preço dos ingressos, e por a data no Rio ter batido com a pechincha do Planeta Terra. Ouvi o Accelerate umas duas ou três vezes, aclamado por fãs como o melhor da banda em décadas, e me pareceu de fato mais coeso que outros recentes, mas sem o brilho imediato de uma “Imitation of Life”, ou uma “At My Most Beautiful” (“Man Sized Wreath”, aliás, é um vexame só). Estava totalmente em paz com o fato de eles terem voltado a tocar “Everybody Hurts” ao vivo, canção tão bonita que deve dar um pouco de vontade de vomitar quando cantada por milhares de pessoas ao mesmo tempo. E assim a passagem do R.E.M. seguia como uma ausência lamentável, mas facilmente administrável no atual estado das coisas. Até que li que, em dois dos quatro shows brasileiros, eles tocaram “Nightswimming” – canção sem refrão que sempre adorei pela beleza inacabada da forma como Michael Stipe parece improvisar letra e melodia, com o vocal cheio de reverb, sobre uma linha bonitona de piano, cordas e sopro. E saber disso me deu uma dor no peito que, agora, não quer passar de jeito algum...

11 - Nightswimming

E fiquemos em 4 canções também, por questão de simetria.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Contrabando de Formigas

4. The Man On Broadway

São três horas de uma tarde de Julho de 2008, e o sol derrete camadas de asfalto que os carros levam grudadas em suas rodas. Na esquina da Broadway com um número qualquer, o nobre homem trabalha. Veste uma meia-calça branca, sapatos pontudos, paletó de veludo azul escuro com ornamentos dourados, e uma peruca branca de séculos outros. É do branco rosado típico dos caucasianos do norte, e circula a casa dos quarenta anos. Com o peito estufado e o nariz parcamente equilibrado na dignidade de seu rosto, distribui panfletos para os passantes; papéis que convidam para uma peça na qual ele não trabalha. “Parte do elenco; só não no palco”, ele retrucaria. A umidade do ar se esfuzia em uma piada, criando uma corrente de vento que cisma fazer troça do passado, arrancando as madeixas do falso fidalgo. E o pobre nobre corre sem correr - com uma mão segurando a careca e a outra, a pilha de papéis - perseguindo a peruca branca que rodopia em vôo Broadway acima.

terça-feira, novembro 04, 2008

Top 5 da semana

Pra compensar a calmaria da semana passada, volto acompanhando a retrospectiva do gênio F.W. Murnau, e o CurtaCinema. De quebra, ainda deu pra ver o simpático Eu, Meu Irmão e a Nossa Namorada, e o péssimo Quase Irmãos.

Filmes

1 – Aurora (Sunrise: A Song Of Two Humans)
de F.W. Murnau (EUA, 1927) – 10/10

O mundo se divide entre as pessoas que discutem qual seria o mais belo filme já feito, e aqueles que viram Aurora. Revisão emocionada em uma esplendorosa cópia em 35mm; facilmente, um dos grandes programas cinematográficos do ano.

2 – A Última Gargalhada (Der Letzte Mann)
de F.W. Murnau (Alemanha, 1924) – 10/10

Na revisão, bateu como um surpreendente tratado sobre o enquadramento cinematográfico: saltam na tela as janelas, as portas, os espelhos, e todo tipo de moldura, tirando o quadro do estaticismo, tornando-o tanto mais complexo visualmente (a sobreposição de camadas em profundida gera grafismos absolutamente impressionantes) quanto narrativamente (a personagem de Emil Jannings – em uma das mais brilhantes atuações da história do cinema – enxerga o mundo sempre por meio das instituições, justificando, assim, a mediação visual na construção dos planos). Até mesmo o rosto de Jannings se torna uma declaração estética, tomando todo o quadro em sua pluralíssima elasticidade, como se a própria tela do cinema fosse moldada e remoldada por Murnau a cada fotograma. Além disso, tem aquela intevenção final – um dos poucos casos que me furto a contar, por confirmar na reação das pessoas na sessão que a surpresa faz, de fato, uma grande diferença – que entra, fácil, entre as coisas mais geniais e sorridentes que eu já vi na vida.

3 – Nosferatu (Nosferatu, eine Symphonie des Grauens)
de F.W. Murnau (Alemanha, 1922) – 10/10

Se eu fosse curador de alguma cinemateca, programaria um dia com sequência de Nosferatu, O Bebê de Rosemary, do Polanski, O Intruso, da Claire Denis, e A Vila, do Shyamalan. Idéia a se desenvolver, em um texto pra Cinética.

4 – Abraçar (Ni tsutsumarete)
de Naomi Kawase (Japão, 1992) – 9/10

Há tempos o primeiro filme de Naomi Kawase me aguardava na pilha de DVDs, mas a bela cópia em 16mm exibida pelo CurtaCinema se revelou a melhor condição possível para o primeiro contato com este emocionante trabalho. Se, por vias improváveis, Naomi Kawase sempre filmou a memória (as figuras que, após saírem de cena, seguem rondando os espaços de seus filmes), Abraçar é, literalmente, sobre a construção de uma. A busca pelo pai é o atestado final dessa construção, com aquele último plano em que finalmente vemos seu rosto; em que ele, enfim, se torna parte de suas lembranças. Para além do sempre admirável mergulho contemplativo de Kawase, ficam aqueles belíssimos planos das velhas fotografias habitadas, sobrepostas aos mesmos espaços que, já no presente, aparecem esvaziados. Nessa simples construção, Naomi Kawase faz uma das mais belas traduções visuais para as lacunas deixadas pelo tempo.

5 – Fausto (Faust – Eine deutsche Volkssage)
de F.W. Murnau (Alemanha, 1926) – 8/10

Nunca li o texto original do Goethe, mas o filme me parece dançar entre imagens e construções belíssimas (Murnau era homem de grandes finais) e mudanças constantes de tom que nem sempre se equilibram bem.

Canções

1 – “Runaway Wind”
Paul Westerberg (14 Songs, 1993)

Gênio de cabeceira favorito e terceiro sujeito mais cool do mundo (atrás só de Bob Dylan e Bruce), Paul Westerberg fronteou uma das bandas mais roqueiras da história (Replacements) e voltou pra casa com uma carreira solo ainda mais extraordinária. Como se não fosse suficiente, passou os últimos 5 ou 6 anos lançando discos de gravações caseiras, deixando muito claro de que bastam um SM-58, uma guitarra e uma bateria eletrônica para ele ser mais legal do que qualquer pessoa viva. 14 Songs foi seu primeiro disco solo, com produção limpinha e uma lista nada desprezível de parceiros de estúdio. 15 anos depois de lançado, mantém a cabeça fora d’água como o melhor disco de sua carreira, desfilando rockões malvados como “World Class Fad” e “Knockin’ On Mine”, funkões mega-dançantes como “A Few Minutes Of Silence”, e baladões (sim, tudo nesse disco deve ser chamado no aumentativo, e há boa razão para isso) como essa “Runaway Wind”. Acho incrível como ele começa cantando com voz de caixão, e na última estrofe sobe o registro vocal com precisão técnica e emocional de fazer qualquer roqueiro partir em lágrimas.

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2 – “Gold In Them Hills”
Ron Sexsmith (Cobblestone Runway, 2002)

A melhor parte de se encantar tardiamente com um sujeito como Ron Sexsmith é poder explorar, de uma vez só, discografia tão vasta e descobrir que, conectando as diversas pérolas, há um tecido tão impecável de canções que quase inviabiliza os destaques. Melhor ainda é ir reconhecendo, uma a uma, as canções vistas ao vivo, quando se conhecia apenas um dos seus dez discos, até que a memória começa a misturá-las às novas favoritas e, no fim das contas, já não se sabe bem qual foi mesmo a primeira paixão. “Gold In Them Hills” aparece duas vezes em Cobblestone Runway, mas a versão limpa e mais clássica é a que mais me toca. Não tenho lá grande desejo de fazer filmes, mas “Gold In Them Hills” é o tipo de canção que me deixa com vontade de produzir imagens para acompanhá-la. Poderia ser um filme de merda, mas certamente seria mais interessante do que o clipe da versão remix - tão cafona que traz até o Chris Martin, do Coldplay, fazendo bico.

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3 – “Someone, Somewhere”
The Wannadies (Wannadies, 1997)

Além de ter o nome de banda mais legal da história, os suecos do Wannadies lançaram uma meia-dúzia de belos discos de power pop em 10 anos. Aqui no Brasil, emplacaram dois semi-hits entre os indies (“You & Me Song” e “Might Be Stars”), e tiveram Before & After, seu último álbum, lançado às lixeiras dos saldões de tudo que é loja de cd. “Someone, Somewhere” é o terceiro hit que não chegou a ser, e, além de single, pode ser encontrado nos discos Bagsy Me, e no álbum homônimo compilado para o mercado norte-americano. A canção faz lembrar o Weezer quando o Weezer ainda era bom de verdade (até o Pinkerton, claro), com uma escaleta afogada em fuzz, e uma emulação dos Cardigans em um refrão bossa nova de sotaque engraçado. Esta é a versão do single, mais curta, sem o final estendido que aparece nos discos. Todas elas são igualmente incríveis.

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4 – “Missed The Boat”
Modest Mouse (We Were Dead Before The Ship Even Sank, 2007)

We Were Dead… talvez não traga o gosto de novidade do genial Good News For People Who Love Bad News, mas tem, muito provavelmente, a canção mais bonita que os malucos do Modest Mouse já escreveram (e, vá lá, passado um tempo ele começa até a se mostrar um álbum mais bacana de se ouvir). “Missed The Boat” valoriza as guitarras com delay de Johnny Marr (ex-Smiths, efetivo na banda desde a gravação desse disco), que trazem ao som da banda texturas melodiosas estrangeiras. À canção, sobrevive um pouco do clima corsário que fez fama à banda, mas até ele é tomado de uma resignação agridoce absolutamente comovente. De esquisitice bem sacada de produção, só uma harmonização de voz várias oitavas abaixo, colorindo a quinta estrofe, e um bumbo com um grave mágico. Além da beleza sonora, tem uma letra devastadoramente suave. Basta passar o olho pela primeira estrofe:

While we're on the subject
Could we change the subject now?
I was knocking on your ears
Don't worry, you were always out
Looking towards the future
We were begging for the past
Well, we know we had the good things
But those never seemed to last


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5 – “Rebel In You”
Supergrass (Diamond Hoo Ha, 2008)

O Supergrass é uma das bandas mais legais do mundo, e é uma satisfação enorme vê-los escolher a canção mais fácil de Diamond Hoo Ha como primeiro single. Satisfação porque Road To Rouen - belo disco em sua sombra particular - parecia um mergulho sem volta na psicodelia noturna que já apontava em todos os trabalhos da banda desde In It for the Money. A questão é que ninguém compõe canções coloridas e britânicas tão bem quanto o Supergrass e, embora Diamond Hoo Ha não seja tão florido quanto a obra-prima Life on Other Planets, é ótimo ver que a fé da banda nesse seu transbordante talento em tons maiores segue inabalada. “Rebel In You” lembra David Bowie para além de ter “rebel” no título, é cheia de backing vocals em falsete, e nas primeiras audições salta como destaque fácil dentro de um disco que, no geral, parece uma mistura do In It for the Money com White Stripes. Se isso é ou não um elogio, só mais algumas audições poderão dizer.

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