sábado, julho 18, 2009

Like a hurricane


Se os shows do Wilco são tão virtuosamente perfeitos que parecem ter me colocado em uma eterna suspensão, as outras bandas vistas por aqui pareciam sempre passar por debaixo de meu corpo flutuante. Conor Oberst faz um redondo show à americana, o que significa que sua carreira solo não é mais que um sub-Tom Petty; o Yo La Tengo parece ter alcançado status de veterano só para dar um mínimo de dignidade àquela bundamolice toda; o Pains of Being Pure At Heart tem músicas boas, mas precisa rodar muito para construir um show minimamente engajador; as bandas que abriram para eles (Ribbons e Zaza) são tão conscientes de sua mediocridade musical que tentam se destacar com formações incomuns (só guitarra e bateria, no Ribbons, para músicas que claramente precisam de um baixo; baterista tocando em pé, no Zaza, que é uma chatice de qualquer maneira).

Até que ontem veio o Superchunk - banda que acompanhei sempre à distância, e que nunca cheguei a ver no Brasil - e me puxou lá do alto, rachando minha cabeça contra o chão. 50 minutos de pancadaria - "Detroit Has A Skyline", "Water Wings", o murro final com "Slack Motherfucker" - com uma mínima pausa para respirar ao som da linda "Driveway to Driveway". Faltou "Hyper Enough" - o rockão dos rockões - mas, naquele ambiente inóspito que é o South Street Seaport, o Superchunk me jogou ao chão. Era exatamente o que eu precisava.

4 comentários:

Felipe Hosken disse...

Falando em Superchunk, a banda lançou um ep novo agora ("Leaves in the Gutter"), e a faixa de abertura ("Learned to Surf") é o novo rockão dos rockões. Uma maravilha!

Unknown disse...

Tocaram no show. É muito boa mesmo!

Anônimo disse...

Superchunk tocou em São Bernardo no santuário Planeta Rock (onde tocaram Man or Astroman? e Agnostic front) em 1999.

Francis Vogner

Fábio Andrade disse...

Pois é, Francis, eu perdi todas as passagens deles pelo Brasil (acho que duas em SP, e uma pelo Rio), mas definitivamente não perderei a próxima (se ela existir).