quinta-feira, novembro 29, 2007

Guns of Navarone

Existem poucas sensações tão bem vindas (e, por isso e para isso, raras) quanto à dos momentos em que nos vemos caindo de amores por uma canção logo na primeira audição. O estranho contágio dos segundos e a percepção de estarmos diante de uma peça memorável enquanto ela se desenrola – em surpresa que se aperfeiçoa a cada acorde - me parece o mais próximo que temos de uma memória afetiva musical (memória que independe do objeto em si e se encontra no afeto, bruto e simples – embora o clímax do crítico de cozinha que lembra o sabor dos pratos de sua mãe em "Ratatouille" me venha, agora, à cabeça). Ontem, em um desses dias raros como todos têm direito de ser, me vi dobrado diante de “Guns of Navarone”, faixa de abertura de Heresy and the Hotel Choir, terceiro disco do fantástico Maritime. A cada compasso me via seduzido, sugado pela extraordinária canção, e desde então venho interrompendo meus playlists do Winamp para ouvi-la mais uma vez. Foi como ouvir “Last nite” (ou “A magazine called sunset”) pela primeira vez novamente. E, como momentos como esse me parecem só encontrar razão na partilha, abandono-os em poucas linhas com o link da canção na página da banda no MySpace.

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