sexta-feira, janeiro 23, 2009

Mostra de Cinema de Tiradentes

Passarei a próxima semana cobrindo a Mostra de Cinema de Tiradentes para a Cinética. A demanda da cobertura provalvemente me afastará desse blog até o final do mês, reservando-me às palavras diárias sobre a Mostra lá na Cinética. Tentei deixá-los com um post especialíssimo, mas é claro que tudo deu errado na última hora. Fica pra volta.

Mas especial, especial mesmo, é que, além de ofercer a chance de ver filmes de vários amigos, a Mostra de Tiradentes marca a primeira exibição mundial de No Meu Lugar - primeiro longa do amigo Eduardo Valente, que traz em sua trilha-sonora duas canções do Driving Music. O filme sai de Tiradentes direto para Cannes, e tem estreia no circuito brasileiro prevista para Abril. A sessão de No Meu Lugar em Tiradentes rola no Cine-Tenda, dia 30/01, às 22h e, como em toda a Mostra, a entrada é gratuita.

terça-feira, janeiro 13, 2009

2008 em 10 Shows

10 – Stone Temple Pilots
08/07 – Glens Falls Civic Center, Glens Falls, NY

Scott Weiland entende que todo show precisa de um showman. E isso conta muito mais do que o painel de luzes ao fundo, o setlist que responde a tudo que se espera, e toda a papagaiada padrão que envolve uma turnê de reunião de uma banda de rock mainstream nos dias de hoje.

09 – The National
24/10 – Tim Festival, Rio de Janeiro

Continuo achando a mesma coisa.

08 – Hold Steady
30/07 – Avalon, Los Angeles

É preciso respeitar uma banda que sobe ao palco e toca, quase na íntegra, um disco que havia saído na semana anterior (mesmo que todos ali já o escutassem há um par de meses). Mais fácil, porém, se a banda for o Hold Steady, e o disco em questão for o ótimo Stay Positive. Na segunda fila, bem na minha frente, dois amigos em outra dimensão se abraçavam, e trocavam socos na cabeça. De vez em quando um deles tentava conversar com uma das garotas que estavam na grade, e o outro lhe mandava um porradão na nuca. Eu nunca consegui fazer dessa cena uma analogia para coisa alguma, mas Craig Finn talvez seja capaz de transformá-la em uma canção.

07 – Spoon
08/11 – Festival Planeta Terra, São Paulo

Apesar de ter visto o Spoon em grande forma no Prospect Park, nada poderia ter me preparado para a avalanche sonora que a banda despejou no Planeta Terra. Um show tão bom que fez a lembrança do Jesus & Mary Chain, alguns minutos antes, se tornar uma memória pálida e distante.

06 – Josh Rouse
15/08 – Sesc Vila Mariana, São Paulo

A intensidade do brilho do artista é proporcional à consciência de suas limitações. Josh Rouse se conhece muito bem.

05 – Lucero
24/07 – The Echo, Los Angeles

E aí vem o click, e você se lembra como foi que se sentiu quando se apaixonou pelo rock. E você olha em volta, tentando entender, e tudo que vê é uma banda sem roadies e um bando de marmanjos cobertos em suor e cerveja alheios, cantando projetos de palavras fora de tom, com garrafas de cerveja erguidas em um interminável brinde à banda. E o mais constrangedor é que você entende.

04 – Ron Sexsmith
16/07 – Joe’s Pub, Nova York

A descoberta de um gênio.

03 – Bob Dylan
08/03 – Rioarena, Rio de Janeiro, RJ

É inevitável que cada uma das pessoas na Rioarena desejasse um setlist ideal diferente, e que o escolhido por Dylan não desse conta da maior parte das canções que elas gostariam de ouvir. Ainda assim, a música que vinha do palco era tão extraordinariamente envolvente (ainda mais para aqueles que, como eu, adoram Modern Times) que segurava os pensamentos pelos tornozelos, fazendo com que todos desejassem ouvir qualquer música que Dylan viesse a tocar. Independente da história, da mitologia, da idade dos afetos, tudo soava perfeito. E assim foi.

02 – Jon Brion e convidados
25/07 – Largo, Los Angeles

Mais conhecido por seus trabalhos para o cinema (as trilhas de filmes como Huckabees – A Vida É Uma Comédia, Embriagado de Amor, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, etc), Jon Brion faz shows regulares no Largo – casa de Los Angeles que o abriga em temporadas de sextas-feiras, com duas apresentações por noite. Entrei no segundo round da última noite de seu verão por lá, sem a menor idéia de o que esperar. Fui ao Largo para ver o show do Grant Lee Phillips na segunda sala da casa (apropriadamente chamada de Little Room – uma salinha à luz de velas, sem palco, microfonação mínima, e não mais que 10 mesas,) e, ao final do set, a platéia foi convidada pelo gerente da casa a pegar café e biscoitos, e seguir para a noite com Jon Brion, que começava no teatro principal.

Entre carpetes de borgonhas lynchianos, Brion tocava piano no canto de um palco onde estavam montados cerca de 30 instrumentos diferentes. Junto ao contrabaixo de Sebastian Steinberg (Soul Coughing), único convidado da noite, Brion improvisava uma peça de jazz a partir de riffs de “Iron Man”, do Black Sabbath. Terminada a primeira música, ele se levanta e pergunta à platéia o que todos gostariam de ouvir. Da chuva de sugestões, Brion escolhe uma que pareça interessante, e improvisa uma versão em real time. E assim vai até o final da noite, pulando de instrumento para instrumento, de canção para canção: “Eye of the Tiger” em versão two-step, “This Charming Man” dando errado e virando “Please, Let Me Get What I Want” no meio, “If I Only Had A Brain” na pianola, uma versão jazzy para “Come And Knock Yourself Out” (canção-tema do Huckabees) – tudo improvisado, com a participação direta do público. Até que ele anuncia a hora do sing along, e alguém pede que ele toque Queen. “What song?”, ele pergunta. “Bohemian Rhapsody!”, grita uma voz do meio do teatro. Jon dá uma gargalhada, e responde: “You know what? I’ll fucking do it!” As luzes sobre a platéia se acendem, Brion pede que o PA seja desligado e, ao piano, comanda o coro que vem de todas as cadeiras do teatro. E vamos, todos juntos, à direção qualquer que o vento desejar soprar.

01 – Feist
9/07 - Prospect Park, Brooklyn

Oh Leslie, quel drôle de chemin il m‘a fallu prendre pour arriver jusqu‘à toi.

* * *

Prêmios especiais

O melhor show que eu não vi em 1999:
Face to Face

O melhor motivo para se ir a um show:
Eu poderia dizer que conheço bem sua discografia; ou então que adoro uma ou outra de suas canções. Mentira. Eu fui ao show do Grant Lee Phillips só pra ver o trovador de Gilmore Girls.

domingo, janeiro 11, 2009

2008 em 10 Filmes

Já é manjado o meu discurso de que os meus melhores filmes e discos de um ano talvez não sejam exatamente os melhores filmes e discos de um ano, mas sim os que me moveram às palavras. Esse ano, portanto, deixo que esse sentimento me mova também: saem os Melhores, e entra a denominação mais exata que apresenta este post. Correção de eixos que não amplio aos marcadores, pois os Melhores de ... seriam uma categoria ampla que, nesse caso, inclui sua própria revisão.

As regras são as mesmas: filmes que passaram no circuito comercial do Rio de Janeiro, em 2008. Nada de mostras, festivais, dvds ou coisa que o valha, e por um motivo simples: há de se manter um mínimo de ordem para a casa funcionar. Pois se o foco aqui fosse a experiência em sessões de cinema em 2008, lidaríamos com um triplo primeiro empate entre Sonata de Tóquio, Aurora e O Ano Passado em Mariebad – filmes que fazem partes de momentos tão distintos das histórias (minha e do cinema) que, por mais que se faça um esforço para dobrá-las, parecem incapazes de conviver em um mesmo pódio. Um espaço e um tempo – é disso que preciso para não atropelar minhas próprias vírgulas. Deixemo-nas aí, e que fique com o assassígnio a reforma ortográfica.

No mais, me pareceu uma boa hora de acabar com aquela vergonheira de prolongar essa lista até Agosto do ano seguinte, perdendo o bonde temporal que é essencial a organizações como essa. Não, isso não significa que vou publicar um texto por dia, mas sim que decidi mudar o formato da lista de filmes: em vez de análises mais detidas sobre cada um dos escolhidos, optei por um formato mais tradicional onde a lista é, basicamente, uma lista mesmo. Quando comecei a fazer meus melhores por aqui, esse blog era o único lugar onde eu escrevia sobre cinema. Com a minha entrada para a redação da Cinética e a “cobertura” do Festival do Rio de 2007 que fiz por aqui (com filmes que só entraram em cartaz em 2008), percebi que boa parte dos favoritos já tinha textos meus. Considerei seriamente escrever novos textos, explorando outros ângulos que me interessavam, mas para isso sair minimamente bem feito eu teria que rever todos os filmes. Embora já tenha feito isso com alguns, não tenho a disciplina necessária para me encerrar no processo com um mínimo de método, e isso significa que ou eu não acabaria nunca de escrever os textos, ou escreveria sem a reflexão que eles merecem. Fiquemos, portanto, com links aos textos já escritos, e comentários breves quando eles parecerem pertinentes. A lista de discos, pretendo fazer à maneira antiga.

10 – Serras da Desordem (idem)
de Andrea Tonacci (Brasil, 2006)

É bastante significativo que Serras da Desordem venha inaugurar essa lista, como a de 2007 fora inaugurada por Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho. Pois, pensados lado a lado, é como se o filme de Tonacci levasse adiante mais uns passos o entruncamento de discursos de Jogo de Cena, invertendo a representação de uma mesma preocupação. No filme de Coutinho, diversos rostos aportavam uma mesma fala; em Serras da Desordem, o rosto é um só, mas é a imagem que está em constante mutação: Carapirú e os diversos olhos que deitam sobre uma mesma história. É, porém, a diferença maior entre os dois filmes que faz melhor a Serras da Desordem: enquanto Jogo de Cena e Santiago seriam filmes sobre a crise de um certo regime da imagem (ou das palavras que o traduzem), Serras da Desordem usa isso como combustível, não como foco. O filme de Tonacci nasce a partir de imagens onde a questão não é mais documentário, ficção, reencenação, reportagem, montagem de arquivos, ou o que quer que seja: esses registros são todos dobrados a serviço de um olhar, de uma experiência.

09 – Falsa Loura (idem)
de Carlos Reichenbach (Brasil, 2007)

O encontro entre a câmera de Carlos Reichenbach e a presença de Rosane Mulholland é um dos mais extraordinários da história do cinema brasileiro. Mais do que uma construção generosamente interessada no universo da mulher operária brasileira (algo que o filme é, com uma intensidade sem precedentes mesmo no cinema de Reichenbach), Falsa Loura é forte justamente pela troca de olhares, o flerte, o jogo de sedução entre a atriz e câmera, onde a predominância dos travellings e das fusões (ambos lindíssimos) parecem buscar os detalhes do corpo de Mulholland, projetando-os, sempre, sobre o imaginário do próprio diretor; sobre a construção que ele devolve àquela mulher. Se Carlão sempre diz não saber filmar o que não conhece, Falsa Loura é fascinante por deixar claro que conhecer não é somente experimentar, mas sim interpretar, projetar, imaginar. É, ao fim e ao cabo, um filme sobre tudo aquilo que o diretor não é, mas que, como uma construção de seu próprio olhar, ele conhece como ninguém.

08 – Canções de Amor (Les Chansons D’Amour)
de Christophe Honoré (França, 2007)

Existem filmes de todos os tamanhos, dos mais desprezíveis aos menos ignoráveis. E existem outros que, não respondendo a essa lógica, são apenas um grande prazer de se assistir. É esse o caso de Canções de Amor, que prova que Honoré filma a perda com uma leveza um tanto rara no luto que move boa parte do cinema contemporâneo. Enquanto Em Paris partia de uma crise do afeto para tentar compreender suas motivações, Canções de Amor faz (assim como A Bela Junie – filme seguinte e menos poderoso de Honoré, já nos cinemas de São Paulo) o caminho contrário: suas personagens são movidas pelo trânsito ininterrupto do desejo de explorar cada esquina, seja da cidade onde elas moram, ou da geografia de seus próprios afetos. Em Canções de Amor, Honoré aprofunda a abordagem derivativa iniciada com Em Paris, se entregando de vez às canções, ao movimento da literatura jovem, e à bolha de imaginário que é sua própria cidade.

07 – O Nevoeiro (The Mist)
de Frank Darabont (EUA, 2007)

Com crítica na Cinética.

06 – Fim dos Tempos (The Happening)
de M. Night Shyamalan (EUA, 2008)

Com crítica na Cinética.

05 – Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber Of Fleet Street)
de Tim Burton (EUA/Reino Unido, 2007)

Com crítica na Cinética.

04 – A Espiã (Zwartboek)
de Paul Verhoeven (Holanda/Alemanha/Bélgica, 2006)

Com crítica na Cinética.

03 – Em Paris (Dans Paris)
de Christophe Honoré (França, 2006)

O atraso nos lançamentos fez com que Honoré assinasse dois dos mais intensos contatos cinematográficos do ano. Embora seja bem mais irregular do que Canções de Amor, Em Paris tem momentos absolutamente apaixonantes, costurando a vida com as relações que a conferem sentido: canções, filmes, livros, amores, separações, família. Conferir sentido é um dado importante, pois muito além da presença esvaziada que parece incomodar os que rejeitam seu cinema, Honoré adiciona esses ícones como complementos à encenação, de fato. Como maior exemplo está a cena em que Jonathan (Louis Garrel) está deitado à cama ao lado de Alice (Alice Butaud), a moça dos cotovelos falantes, enquanto ele declara sua desatenção às suas palavras lendo Franny & Zooey, livro de J.D. Salinger sobre um irmão que tenta ajudar a irmã a sair de uma crise de depressão (lembremos que o núcleo dramático central de Em Paris gira em torno de Paul – Romain Duris – irmão mais velho de Jonathan que amarga as dores de um rompimento amoroso). No momento em que ela finalmente conquista sua atenção, Jonathan já aparece segurando outro livro. O título? L'amour d'une honnête femme. Com uma simples mudança de objeto de cena, Honoré nos revela a mudança de direção do fluxo de pensamentos de sua personagem.

O que é mais tocante no filme, porém, é a percepção de que um relacionamento amoroso não se traduz de forma linear, mas sim no acúmulo de situações que vão do pleno encantamento ao absoluto fastio. Pela montagem não linear, Honoré ressalta que o peso (positivo e negativo) de um relacionamento vem desse acúmulo, dos sorrisos e lágrimas que deixam marcas, independente de cronologia, em um dueto onde as frases se completam, ora como tapa, ora como afago. Mas que, ao fim, isso tudo gera uma história, uma vida conjunta que não se traduz em um começo e um final, mas sim em tudo que está entre as duas pontas.

02 – Paranoid Park (idem)
de Gus Van Sant (EUA/França, 2007)

Com texto aqui no blog.

01 – Não Estou Lá (I’m Not There)
de Todd Haynes (EUA, 2007)

Nas revisões de I'm Not There, o que me pareceu mais fresco no brilhante filme de Haynes é algo que eu já indicava no texto que escrevi aqui no blog, quando vi o filme no Festival do Rio: como alcançar a pessoa por trás das imagens? Haynes monta seu filme a partir do reconhecimento de que Dylan, como toda pessoa pública, chega aos nossos olhos filtrado por uma série de reinterpretações: filmes, reportagens, anedotas e até mesmo suas próprias canções. O que é mais genial em I'm Not There é que o filme, mais do que uma biografia de Bob Dylan, é um caleidoscópio dessas mediações, indo desde as matrizes criativas de Dylan (Gutrie, Billy The Kid, Rimbaud) às suas projeções posteriores (todas as outras personagens, mas também o próprio filme). E com isso, se torna um filme infinito.

* * *

Discordando de vários de meus colegas, 2008 talvez tenha sido o ano cinematográfico mais forte que eu já testemunhei desde que comecei a acompanhar o circuito mais de perto. Se a lista aí de cima ainda não é convencimento suficiente, basta passar os olhos por alguns filmes que ficaram de fora dela:

Segundo pelotão - Rebobine, Por Favor, Trovão Tropical, Os Estranhos, Speed Racer, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, Vicky Cristina Barcelona, O Sol, Onde Os Fracos Não Têm Vez

Terceiro pelotão - A Questão Humana,
Leonera, Encarnação do Demônio, Uma Garota Dividida em Dois, Cleópatra, Shortbus, Juno, Desejo e Reparação, O Escafandro e a Borboleta

terça-feira, janeiro 06, 2009

Um parágrafo: Rebobine, Por Favor (Be Kind, Rewind)
de Michel Gondry, 2008

Rebobine, Por Favor é um filme sobre o cinema, mas não no verniz referencial mais pobre que sua premissa ameaça sugerir. O que é mais tocante nesse último trabalho de Gondry é a percepção de que a relação estabelecida mais significativa pelos filmes – como em todas as artes – é com a sua comunidade. Essa comunidade não necessariamente é geográfica, embora seja esse o enfoque escolhido por Gondry: os filmes “suecados” de Jerry (Jack Black) e Mike (Mos Def) se tornam sucessos locais por conferirem às grandes produções uma familiaridade que lhes é exterior. A cultura para as massas é reinterpretada pela memória, e mascara os rostos estranhos com proximidades de quintal. A relação de um jovem francês com o cinema norte-americano. Existe, portanto, a possibilidade de um reconhecimento: os atores são seus vizinhos, as ruas são as suas, a história é a que você mesmo inventou. Por isso, o filme só alcança sua força plena na sequência final: o cinema visto por trás, assim como Elroy Fletcher (Danny Glover) escrevera para si mesmo o aviso na janela do trem, em uma inversão de ótica daquela comunidade que faz nascer uma relação. Uma história inventada, mas assimilada como auto-ficção pela própria cidade quando ela aprende a ler com os olhos de quem a escreve. zzaJ. Ao fim, fica aquela imagem linda e vagabunda da loja-tela onde era projetado, de dentro para fora, o imaginário de uma comunidade. O momento em que o avesso da verdade não é, necessariamente, uma mentira.

* * *

Amanhã – ou assim espero – começo a publicar minhas intermináveis listas de “melhores” de 2008. Aos leitores mais fiéis, asseguro a prática impossibilidade de surpreendê-los. Que as obviedades, ao menos, sejam das boas.