domingo, outubro 21, 2007
Postado por Fábio Andrade às 1:51 AM
Uma pequena revisão
1- Ontem acordei com "Here we go", do Shelter, na cabeça. Creepy.
2- No fotolog do Driving Music comecei a publicar uma série de fotos que eu e Clarissa temos produzido a partir das letras das canções da demo. Cada verso ganha uma transcriação visual livre, e a cada dia (ou quase) uma delas é publicada. A experiência tem sido bastante
estimulante, e acho que coisas bacanas podem sair dali. Fiquem de olho. Se quiserem, claro.
3- Se as listas de fim de ano servem para alguma coisa, é para sofrerem constantes revisões. Embora ainda esteja de acordo com os filmes que escolhi (e continue sem ter visto coisas essencias que poderiam acabar por ali), estou sempre (re)descobrindo discos que mereciam ter figurado entre os melhores de 2006. Seguem cinco razões pelas quais meu top 10 deveria ter sido, na verdade, um top 15.
Josh Rouse - Subtítulo
Há alguns meses recebi um email de meu amigo Jorgim me recomendando o disco Nashville, de um sujeito chamado Josh Rouse. "Ele canta sobre ruas, postes... todos os seus temas", dizia Jorgim. Nada longe da verdade. De lá pra cá, mergulhei na discografia de Rouse a ponto de
coloca-lo no topo de minha parada do Last.FM (passando Wilco, Feist, Bruce Springsteen, Ryan Adams e todos os meus outros favoritos). Embora Rouse, como Ben Lee, às vezes pareça meio retardado em sua entrega incondicional à pureza ("Life", que fecha Nashville, é um bom exemplo), ele é compositor mais consistente que qualquer um dos Bens, e seus discos são agradáveis como poucos nos dias de hoje. Nashville continua sua obra-prima, mas Subtítulo talvez seja seu segundo melhor disco. Se o email de Jorgim houvesse despertado meu interesse poucos meses antes, canções como "The man who doesn't know how to smile", "Summertime", "His majesty rides" e "Givin' it up" não só garantiriam um lugar de Rouse entre os melhores do ano; o colocariam, de fato, bem perto do trono.
Amy Winehouse - Back to black
Às vezes o hype faz algum sentido. Ninguém aguenta mais essa cafonice de reabilitação, de dente caindo e de dar idéia pra Pitty pôr laquê no cabelo e gravar disco de jazz; o que importa é que, ao contrário de Frank (que acho fraco, fraco), Black to Black tem músicas boas pra caramba, e que o timbre de Amy Winehouse deu uma necessária arejada na música pop atual. Mas quando alguém lança disco em dezembro, a culpa da ausência deixa de ser de quem faz a lista e passa para quem não se programou para conseguir lugar nela em tempo.
Maritime - We, the vehicles
Gosto muito de Glass Floor, primeiro disco da banda formada por Davey von Bohlen após o fim do Promise Ring (banda que, a meu ver, só se tornou merecedora da adoração que sempre lhe perseguiu com o belíssimo, e subestimado, disco final, Wood/Water). Quando ouvi We, the vehicles achei que algo se perdera na mudança de rumo de quase-Belle & Sebastian para quase-Coldplay. Deixei o disco de lado por um bom tempo e, quando voltei a ele, a aproximação com Coldplay me pareceu completamente amalucada, e percebi, ali, um disco até melhor que Glass Floor. We, the vehicles é menos afetado, tem cara mais própria e, o que importa, traz canções melhores. Como eles prometem um disco novo ainda para 2007, sigo com chance de me redimir. Isso, claro, se não achar que ele mais parece ser o disco novo do Coldplay.
I'm from Barcelona - Let me introduce my friends
Cheguei a mencionar o disco do I'm from Barcelona quando escrevi sobre o Belle & Sebastian. Faltou, porém, tempo para o disco assentar. Let me introduce my friends é divertidíssimo de se ouvir e começa com uma sequência de fôlego impressionante ("Oversleeping", "Collection of Stamps", "We're from Barcelona" e "Treehouse"). Além disso tem muito, muito glockenspil, tecladinhos, cornetas e tudo de mais bacana que o rock às vezes deixa de lado. Como na minha cabeça existe a categoria "banda de galerão" (que inclui o próprio Belle & Sebastian, Broken Social Scene, Arcade Fire, Lambchop, Polyphonice Spree, etc), é justo dizer que o I'm from Barcelona é quem melhor se saiu nesse nicho. Não só por compor ótimas canções, mas, principalmente, por conseguir manter 29 pessoas em uma banda, e fazer isso parecer apenas parcialmente ridiculo.
Josh Ritter - The Animal Years
Se Ben Kweller me fez prestar maior atenção em outros Bens, é hora de Josh Rouse atrair olhos para sua classe. Josh Ritter não está muito distante dessa leva de singer/songwriters que tanto me agrada; parece, porém, gostar mais de Wilco e Bob Dylan que qualquer um deles, e, com isso, foge dos momentos meio constrangedores que pontuam as carreiras de seus colegas. Se ele nunca erra totalmente o alvo (e o último disco do Ben Lee é um bom manual de como se atirar no próprio pé e condenar boas canções errando a mira em um verso), as letras de Ritter caminham em terreno seguro demais para grandes tacadas. Ainda assim, The Animal Years é um dos melhores discos de country/folk lançado nos últimos anos, e canções como "Wolves", "Girl in the war" e "Lillian, Egypt" colocam Ritter entre os compositores atuais que merecem acompanhamento dos mais entusiasmados.
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